A Parashá Noach narra a história de Noé e o dilúvio, a renovação da humanidade e a dispersão das nações.
- A Corrupção da Humanidade e o Dilúvio (Gênesis 6:9-8:22):
Noé é descrito como um homem justo em meio a uma geração corrompida. Deus decide destruir toda a vida na terra devido à maldade crescente, mas preserva Noé, sua família e um casal de cada espécie de animal. Deus instrui Noé a construir uma arca, onde eles se abrigam durante o dilúvio que dura 40 dias e 40 noites. As águas cobrem a terra, destruindo tudo, exceto o que está na arca. Após o dilúvio, as águas recuam, e Noé, sua família e os animais saem da arca para repovoar a terra. Noé oferece sacrifícios de gratidão, e Deus promete nunca mais destruir a terra com um dilúvio, estabelecendo o arco-íris como sinal dessa aliança. - A Aliança com Noé e as Leis para a Humanidade (Gênesis 9:1-17):
Deus abençoa Noé e seus filhos, ordenando-lhes que sejam frutíferos e multipliquem-se. Ele também estabelece sete leis para toda a humanidade, conhecidas como as Leis de Noé (proibição de assassinato, roubo, idolatria, etc.). Deus reafirma a aliança com a humanidade, prometendo que o dilúvio não se repetirá, e usa o arco-íris como sinal dessa aliança eterna. - Noé e Seus Filhos (Gênesis 9:18-29):
Após o dilúvio, Noé planta uma vinha, embriaga-se com o vinho e adormece nu. Seu filho Cam vê sua nudez e conta aos irmãos, Sem e Jafé, que cobrem Noé respeitosamente. Quando Noé acorda e percebe o que aconteceu, amaldiçoa Canaã, o filho de Cam, e abençoa Sem e Jafé. - A Torre de Babel (Gênesis 11:1-9):
A humanidade, que fala uma única língua, decide construir uma torre que alcance os céus. Essa tentativa de unificação e poder humano é vista por Deus como arrogante, e Ele confunde suas línguas, dispersando-os pela terra. A cidade onde tentaram construir a torre é chamada de Babel, que significa “confusão”. - A Genealogia de Sem até Abraão (Gênesis 11:10-32):
A Parashá conclui com a genealogia de Sem, filho de Noé, que leva ao nascimento de Abrão (mais tarde Abraão). A família de Abrão se muda de Ur dos Caldeus para Harã, onde termina a porção semanal.
Haftará: Isaías 54:1-55:5
A Haftará de Isaías é um texto de esperança e renovação, espelhando o tema da Parashá de restauração após o dilúvio. Deus promete reconfortar Israel, assegurando que, assim como Ele jurou a Noé que as águas do dilúvio nunca mais cobririam a terra, Ele nunca mais se afastará de Seu povo. Isaías 54 fala de Israel como uma mulher estéril que agora pode cantar de alegria porque será abençoada com muitos descendentes. A aliança de paz com Israel é comparada à promessa feita a Noé, destacando a fidelidade de Deus.
No capítulo 55, o profeta convida todos a buscarem o Senhor, oferecendo uma mensagem de abundância espiritual e de graça. Esse convite para “vir e beber” ecoa a renovação da vida após o dilúvio, mostrando que Deus oferece redenção e bênçãos abundantes para aqueles que O procuram.
Essa Haftará reflete a mensagem da Parashá: apesar do julgamento e da destruição (como no dilúvio), há sempre a promessa de renovação, restauração e um novo começo para aqueles que se voltam para Deus.
Referência no Novo Testamento
A Parashá Noach (Gênesis 6:9-11:32), que trata da história de Noé, o dilúvio e a renovação da humanidade, encontra referências no Novo Testamento. Uma das passagens mais relevantes que se refere à história de Noé está em 1 Pedro 3:20-21:
1 Pedro 3:20-21:
“…os quais noutro tempo foram desobedientes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram através da água; a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da sujeira do corpo, mas a resposta de uma boa consciência para com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo.”
Nesta passagem, o apóstolo Pedro compara a salvação de Noé e sua família durante o dilúvio à salvação oferecida por meio do batismo no cristianismo. Assim como a arca salvou Noé das águas do dilúvio, o batismo é visto como um símbolo da salvação por meio da ressurreição de Cristo.
Mateus 24:37-39:
“Como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do Homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e não perceberam até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim será também a vinda do Filho do Homem.”
Jesus também faz uma referência direta à história de Noé, comparando os eventos dos dias de Noé à Sua segunda vinda. O comportamento despreocupado das pessoas antes do dilúvio é visto como um paralelo ao que acontecerá no final dos tempos, alertando para a necessidade de estar preparado espiritualmente.
Essas referências no Novo Testamento trazem à tona temas de julgamento, salvação e renovação que estão presentes na narrativa de Noé no Gênesis.