Em Jerusalém, no arquivo dos manuscritos do Mar Morto, na Cidadela da Autoridade de Antiguidades de Israel, se escondem tesouros incalculáveis. Este tesouros nao são de prata ou ouro, mas sim de palavras guardadas pela mão divina por mais de 2000 anos no deserto da Judéia. Depois que estes manuscritos descobertos por beduínos foram cuidados, tratados e bem guardados na capital de Israel, temos acesso a estas preciosidades imensuráveis que nos demonstram não somente a fidelidade da Bíblia que está em nossas mãos, mas principalmente a do Eterno que cuidou delas or todo este tempo.
Trago aqui neste artigo apenas um pequeno exemplo maravilhoso, marcado em contrate para aqueles que tenham dificuldade de encontra em letras quase ilegíveis de 2000 anos atrás.
Entre os preciosos achados de Qumran, às margens do Mar Morto, destaca-se um dos manuscritos mais bem preservados: o Rolo dos Salmos (11Q Psalms a). Datado de 1–68 d.C., no período herodiano, este rolo oferece uma das janelas mais significativas para compreendermos a transmissão bíblica e a espiritualidade judaica na virada da era comum.
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ToggleContexto Histórico
Descoberto na Caverna 11 de Qumran, este manuscrito pertence ao vasto conjunto dos Manuscritos do Mar Morto, que revolucionaram os estudos bíblicos e históricos ao fornecer textos mais antigos do que qualquer outro até então conhecido. O rolo, escrito em hebraico, evidencia o uso litúrgico e comunitário dos Salmos entre os essênios ou grupos judaicos relacionados que habitavam a região.
Conteúdo do Manuscrito
O 11Q Psalms a preserva 48 salmos, mas o mais impressionante é que sete deles não constam na versão massorética da Bíblia Hebraica, que se tornou o texto padrão do judaísmo e, posteriormente, das traduções cristãs.
Além dos cânticos, o manuscrito contém uma passagem em prosa extremamente rara, uma das mais antigas referências a Davi como autor dos Salmos:
“E Davi, filho de Jessé, foi sábio e um iluminado, como a luz do sol… E ele escreveu 3.600 salmos.”
Esse testemunho ressalta a profunda veneração por Davi não apenas como rei e guerreiro, mas como poeta, músico e profeta que deu voz às orações do povo de Israel.
O Salmo 133 em Qumran
Um dos textos preservados no rolo é o célebre Salmo 133, cuja mensagem é universal e atemporal:
“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.” (Salmos 133:1)
O fato deste cântico estar presente no manuscrito de Qumran indica sua importância já na Antiguidade como hino comunitário de paz, fraternidade e harmonia, valores centrais tanto para os grupos sectários do deserto quanto para a tradição judaico-cristã que viria a florescer.
Importância para os Estudos Bíblicos
O rolo dos Salmos de Qumran é valioso por várias razões:
- Testemunho textual – Permite comparar a tradição massorética com variantes antigas.
- Expansão do cânon – Mostra que a coleção de Salmos não estava completamente fixada no século I d.C.
- História litúrgica – Indica como os salmos eram usados em oração comunitária.
- Referência davídica – Registra uma tradição primitiva sobre Davi como autor de milhares de cânticos.
Reflexão Espiritual
Mais do que uma relíquia arqueológica, o 11Q Psalms a ecoa uma mensagem espiritual que atravessa séculos: a busca pela união do povo de Deus. Em tempos de fragmentação e conflitos, o Salmo 133 continua sendo um convite à fraternidade, lembrando que a verdadeira adoração a Deus floresce quando há paz e comunhão entre os irmãos.