A Parashá Vayeira trata de uma série de eventos significativos na vida de Abraão, incluindo a visita dos anjos, a destruição de Sodoma e Gomorra, o nascimento de Isaque e o famoso teste da fé de Abraão, conhecido como o “Sacrifício de Isaque”.
- A Visita dos Três Anjos (Gênesis 18:1-15):
Abraão recebe a visita de três anjos, que aparecem como viajantes. Eles confirmam que Sara, sua esposa, dará à luz um filho, Isaque, apesar de sua idade avançada. Sara ri de incredulidade, mas Deus reafirma que nada é impossível para Ele. - Intercessão por Sodoma e Gomorra (Gênesis 18:16-33):
Ao saber da iminente destruição de Sodoma e Gomorra por causa de seus pecados, Abraão intercede com Deus, pedindo que as cidades sejam poupadas se houver pelo menos 50, e depois 10, justos. Deus concorda, mas não encontra esse número de justos. - A Destruição de Sodoma e Gomorra e o Resgate de Ló (Gênesis 19:1-29):
Os anjos que visitaram Abraão também visitam Ló em Sodoma, instruindo-o a fugir com sua família antes que a cidade seja destruída. Deus faz chover enxofre e fogo sobre as cidades. A esposa de Ló, ao olhar para trás, é transformada em uma estátua de sal. - O Nascimento de Isaque (Gênesis 21:1-7):
Sara finalmente dá à luz a Isaque, cumprindo a promessa de Deus. Abraão tem 100 anos de idade. O nome “Isaque” significa “riso”, em alusão à reação de Sara quando ouviu a promessa de sua concepção. - A Expulsão de Hagar e Ismael (Gênesis 21:8-21):
Sara pede a Abraão que expulse Hagar e Ismael, temendo que Ismael interfira na herança de Isaque. Deus diz a Abraão para atender ao pedido de Sara, mas promete que também fará de Ismael uma grande nação. Hagar e Ismael partem, e Deus os protege no deserto. - O Pacto com Abimeleque (Gênesis 21:22-34):
Abraão faz um pacto de paz com Abimeleque, rei dos filisteus, e estabelece seu domínio sobre um poço de água em Berseba. - O Sacrifício de Isaque (Gênesis 22:1-24):
No teste final de sua fé, Deus pede a Abraão que sacrifique seu filho Isaque. Abraão obedece, mas no último momento, um anjo de Deus intervém, e Abraão sacrifica um carneiro preso em um arbusto no lugar de seu filho. Deus reafirma Suas promessas a Abraão, declarando que, por sua obediência, todas as nações da terra seriam abençoadas por meio de sua descendência.
Haftará: 2 Reis 4:1-37
A Haftará narra duas histórias envolvendo o profeta Eliseu. Na primeira, ele ajuda uma viúva multiplicando seu azeite, para que ela possa pagar suas dívidas e salvar seus filhos. Na segunda, ele ressuscita o filho da mulher sunamita, uma história que se conecta com o tema da Parashá, que também trata do milagre do nascimento de Isaque para uma mulher que era estéril e idosa, assim como a sunamita.
Referências no Novo Testamento
A narrativa de Abraão é mencionada várias vezes no Novo Testamento, especialmente em relação à sua fé e obediência a Deus. Uma referência importante ao Sacrifício de Isaque encontra-se em Hebreus 11:17-19:
“Pela fé, Abraão, quando provado, ofereceu Isaque; aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, do qual havia sido dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar, de onde também figuradamente o recobrou.”
Aqui, o sacrifício de Isaque é visto como um exemplo supremo de fé, pois Abraão acreditava que Deus poderia ressuscitar seu filho. Esse episódio é visto como um precursor simbólico do sacrifício de Cristo.
Outra referência está em Tiago 2:21-23:
“Porventura não foi pelas obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E se cumpriu a Escritura que diz: Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus.”
Essa passagem reforça a ideia de que a fé de Abraão foi demonstrada através de suas ações, conectando-se ao tema da obediência e confiança plena em Deus, tal como é destacado na Parashá Vayeira.
Essas referências no Novo Testamento revelam o impacto duradouro da história de Abraão e Isaque na tradição cristã, especialmente no entendimento da fé como obediência incondicional a Deus.